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11 de março de 2014

PSD/CDS: 101 Dálmatas. Quem faz de Cruella de Vil? 



101 frases sinteticas compõem o Manifesto da coligação PSD/CDS para as eleições europeias. 101 banalidades que o Dr. Paulo Rangel  apresentou como twitaveis para "as gerações das redes sociais", logo lhes dando ensejo de zombar da ignorância de chamar "tweets" a uma prosa inchada com mais do dobro dos caracteres dos ditos.

A analogia com os 101 Dálmatas, que o Deputado Rangel tratou também de estabelecer, no entanto, parece apropriada: a cachorrada  esmera-se em lambidelas viscosas mas com pouca aderência à realidade, como por exemplo o número 79 que jura que  "A coligação Aliança Portugal estará atenta e será exigente relativamente à defesa de sectores estratégicos da economia portuguesa...". A gente lembra-se dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, ou da EDP e da REN vendidas aos chineses, ou da ANA que privatizada embaratecia custos e já vai no terceiro aumento de taxas, nos CTTs que davam lucro, na  TAP e das Águas de Portugal a empandeirar  proximamente - e fica logo a ver o filme Disney todo: é fartar vilanagem, é arrebanhar tudo o que mexa e seja rentável no sector público e deixar o Estado no estado a que o país chegou!!!

Resta apenas apurar quem faz nesta comédia de Cruella de Vil, a malvada que quer roubar e esfolar os malhados dalmatinhos. Não, desta vez não é a Senhora Merkel. Posicionam-se à frente vários figurantes nacionais:

Primeiro, o Presidente Cavaco Silva, que veio do alto da sua cátedra em levar o carro a rodagem e facturar com o BPN, avisar que o austericidio é para nos empobrecer por décadas mais e defender que por isso mais vale aprecatar-nos à sombra de um programa cautelar quando acabar a troika. Assim, de uma penada, "cruelamente", estilhaça o relógio que punha a salivar o Vice Primeiro Ministro Portas. E "devilmente" passa por cima do facto de que não tem programa cautelar quem quer, só quando, como e se Berlim autorizar... E os elogios que jorram do Eurogrupo, da Alemanha, do BCE e até da CE por cambalhota do equlibrista Barroso, não são de molde a abrir os cordões à condescendência teutónica.

Em segundo lugar, perfila-se o Banco de Portugal, que jura á troika e aos potenciais investidores que já está completa, completinha, a reforma da justiça. Enquanto, por  golpe de prestidigitação, a faz deixar prescrever a multa de um milhão que fingiu aplicar ao banqueiro Jardim Gonçalves, desconta que absolva réus nos submarinos que na Alemanha foram condenados por corrupção em Portugal, não mexe um dedinho para que os arguidos das operações Furacão, Monte Branco, BPN, BPP e quejandos, incluindo o  Dr. Ricardo e outra rapaziada da pesada do GES/ESCOM e dos pingos doces e salgados  beneficiam de amnistias e de isenções ficais, enquanto os portugueses cumpridores alancam com aumentos brutais de impostos e cortes em salários e pensões... E a deixa que jorre dinheiro sujo da Guiné Equatorial e de outras ditaduras para lavar no Banif e no BCP e sabe se lá onde mais...

Mas na linha da frente deste corso destacam-se irrevogável e indissociavelmente dois singulares personagens: Paulo Portas e Pedro Passos Coelho, ambos travestidos a rigor: Pedro vai de Cruella, mata velhinhos, derruba funcionários públicos, expulsa  jovens  e distribui canelada ao PS com lancinantes apelos ao consenso e a confissão de que os cortes provisórios afinal vão ser definitivos. 

E Paulo vai, tal qual como é, de Vil, a acenar com 1640s, amanhãs cantantes com descidas de impostos e exportações ao alto, enquanto à sorrelfa afia a faca para retalhar mais dois mil milhões de euros no que resta as famílias e à economia nacional. Depois da campanha das eleições europeias, claro. 

Pedro e Paulo vão de binómio, Cruella um lado, de Vil do outro, imbativeis a raptar e esfolar cachorrinhos: os aristocráticos 101 Dálmatas são brincalhotices para entreter os  brincalhões da Aliança abrilhantada pelo Dr. Rangel. Porque quem sai roubado, ofendido e esfolado pelos aliados farsantes são os rafeiros dos portugueses. Até que se voltem a eles e os ferrem!"


NOTA - texto que escrevi de suporte à minha intervenção no Conselho Superior da ANTENA 1 de esta manhã

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